Apesar do crescimento da demanda global por energia solar, principais companhias do setor foram afetadas pela alta nos preços de silício policristalino
Os principais fabricantes de módulos fotovoltaicos do mundo reportaram queda nas margens em 2021, apesar do crescimento na receita e no lucro líquido, indica análise da PV Infolink, braço de energia solar fotovoltaica da consultoria InfoLink Consulting. O relatório levou em consideração os resultados financeiros das cinco principais companhias chinesas do setor.
Essas empresas (Longi, Trina, JA Solar, Jinko e Canadian Solar) somaram 121 GW em módulos embarcados no ano passado, assegurando 69% de participação de mercado, evidenciando uma concentração de mercado ainda maior que em relação a 2020.
Porém, todas elas registraram anual queda no indicador de margem bruta, indicando como a instabilidade de preços afetou as operações das companhias em 2021. “A alta nos custos de silício policristalino não deu trégua em 2021, em razão de desproporcionalidades na capacidade produtiva ao longo da cadeia de suprimentos”, indicou o pesquisador da PV InfoLink, Albert Hsieh.
“Alguns dos principais fornecedores de matéria-prima reportaram margens acima de 60%, resultados bem superiores em relação a 2020. Em resposta, o setor de wafers, que possui maior poder de barganha, aumentou preços em 50%. Na média, as margens desse segmento vieram na faixa de 20% a 30%. Quem acabou mais impactado foi a produção de células e módulos”, explicou o especialista.
A análise aponta que o suprimento de células e módulos excedeu a demanda, em razão de expansões de capacidade. Como resultado, esses fabricantes se viram impedidos de aumentar os preços em linha com os demais segmentos da cadeia.
Somou-se a esse cenário o aumento nos custos de logística, impactando o desempenho operacional. Apenas os fabricantes de módulos verticalmente integrados foram capazes de manter as margens acima de 10%.